sábado, 13 de fevereiro de 2016

Importância No Cenário Artístico Nacional

Portinari era considerado um pintor “clássico moderno”, visto com entusiasmo por críticos acadêmicos e jornais como o Estado de São Paulo que o classificava como “digno chefe da nossa futura geração artística”. 

A partir de 1935, já é renomado pintor internacional, o que lhe garante grande prestígio entre os governantes brasileiros que, reconhecendo a qualidade de sua arte, passam a encomendar afrescos e murais para instituições governamentais. Portinari neste período é reconhecidamente nosso “pintor de exportação”, em expressão cunhada por Aracy Amaral, tendo sido premiado nos Estados Unidos, executado decorações pictóricas no Pavilhão do Brasil na Feira de Nova Iorque e recebido encomendas significativas como os murais da Biblioteca do Congresso em Washington. Interessante destacar que o evento consagrador de Portinari no cenário brasileiro e pan-americano no final da década de 1930 foi sua exposição individual no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. 

De acordo com Fabris, data do final da década de 1940, paralelamente à sua consagração, o início de uma crise para o artista e sua obra. Aracy Amaral também nos fala deste período contraditório, quando o pintor torna-se grande referência para os jovens iniciantes em arte ao mesmo tempo que gera ressentimentos, iniciando uma discussão que Amaral trata como “portinarismo e antiportinarismo”. 

O crítico Luiz Martins registra este período efervescente em torno de Portinari: “tudo que o artista faz é aplaudido, sem maiores críticas em nosso país. 

O nacional, em Portinari, é analisado por muitos e os artigos sobre sua pintura começam a aparecer]. Aracy Amaral também comenta o reconhecimento de Portinari por suas convicções políticas: “seu êxito como artista deixaria de levantar dúvidas pelo fato de seu talento como pintor colocar-se a serviço de clientela eclética: da ditadura de Vargas, à esquerda, bem como a alta sociedade em fins de 30 e início de 40”. 

A produção dos murais históricos de Portinari era mesclada pela produção de retratos da elite, dos quadros de infância, e de painéis decorativos. Quanto à adaptabilidade de seu trabalho, Portinari facilmente se justificava, dizendo não recusar trabalhos, como profissional que era.

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